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sábado, 4 de agosto de 2012

Sonetos Apócrifos VI (By Laetitia Aieganz)

O amor, seus acordes e seus méis. Com Sergei Rachmaninov. Moscou (1898).

"Toque-me.

Erga suas mãos sobre mim e toque-me.

Não com quem empunha um sabre,

Mas com mãos abertas e firmes,

De quem sente nos dedos um piano.

Toque-me.

Esqueça os limites e medos,

Venha logo, vem cedo.

Como que desperta o sol com melodias,

Sinta-me, colha o o desejo.

Arranca-me desta agonia,

Toque-me.

Componha seus prelúdios em mim.

Faça de mim seu piano,

Os cabelos, as teclas negras.

Meus seios, as marfim.

Exponha esses poros o calor,

Desperta o mel, o odor.

Que emana como flor,

Seu corpo, meu Jardim.

Toque-me.

Estenda seus carinhos em minha pele,

Venha com força, como homem!

Venha em minha pele hospitaleira,

Desperte meus graves,

Sussurre meus agudos,

Vem, de toda maneira.

Lábios que gritam,

Coração mudo.

Toque-me

E naqueles acordes finais,

Quando o amor se faz calor,

Correndo nas veias,

Queimando meu ventre.

Toque-me,

Como o vento que esqueceu-se de ser etéreo,

Acariciando minha pele saciada,

Toque-me no amor.

Acolha-me em seu ninho,

Toque-me no sentimento,

Encha-me de carinho.

O Eterno fez-se momento,

Minha alma, inebriada.

Teu corpo, meu vinho.

Toque-me."

(C) Júlio Mato Grosso (2012). Todos os Direitos Reservados.

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